Dilema de Eutífron
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dilema de Eutífron Dilema examinado no Eutífron, um dos diálogos de Platão. As coisas piedosas são piedosas porque os deuses as amam, ou os deuses as amam porque são piedosas? O dilema suscita a questão da possibilidade de conceber os valores como resultado da escolha de uma mente qualquer, mesmo que essa mente seja divina. Na primeira opção, aquilo que é bom e tem valor é criado pela escolha dos deuses. Mesmo que isso seja inteligível, parece tornar impossível o ato de louvar os deuses, já que assim é vagamente verdadeiro que eles escolhem o que é bom. A segunda opção nos obriga a supor uma fonte de valores situada aquém ou além da própria vontade dos deuses, pela qual estes possam ser avaliados. A elegante solução de Tomás de Aquino consiste em afirmar que o modelo do bem é a natureza de Deus, sendo por isso distinto de sua vontade, embora não distinto de si mesmo. O dilema surge seja qual for a fonte de autoridade que se aceite. Preocupamo-nos com o que é bom porque é bom, ou nos limitamos a chamar de boas aquelas coisas com que nos preocupamos? O dilema também pode generalizar-se de forma a afetar nossa compreensão da autoridade de outras coisas, como a matemática, por exemplo, ou as verdades necessárias. Essas verdades são necessárias porque decidimos que elas o são, ou decidimos que elas o são porque são necessárias?